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Como viajar de forma mais sustentável e responsável?

Artista: Marina Ester Castaldo
Artista: Marina Ester Castaldo

Num momento em que as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e o excesso de consumo são temas centrais, o setor do turismo está a passar por uma transformação.


Viajar é uma das formas mais bonitas de nos encontrarmos com o mundo — e connosco. Mas também é impossível ignorar o impacte que o turismo tem nos ecossistemas, no clima e nas comunidades locais.


A boa notícia? Podemos (e devemos) fazer diferente. A mudança começa com pequenas decisões, mais conscientes e informadas.


Não se trata de abdicar do prazer de viajar — mas de o alinhar com os valores que queremos ver no mundo.

 

Mas o que é o turismo sustentável?

O turismo sustentável não se resume apenas a “ser mais ecológico”. Trata-se de uma abordagem integrada que procura reduzir o impacte ambiental, respeitar as culturas locais e promover a justiça económica.


Envolve escolhas conscientes em todas as fases da viagem: desde o planeamento e transporte até à estadia, alimentação e interações com os residentes.


Viajar de forma sustentável significa:

  • Minimizar o consumo de recursos naturais;

  • Reduzir a pegada de carbono;

  • Apoiar as economias locais;

  • Preservar a autenticidade cultural dos destinos;

  • Evitar práticas que contribuam para a exploração animal e para a degradação ambiental ou social.

 

10 Práticas Essenciais para uma Viagem Mais Responsável

1. Opte por transportes com pegada mais baixa

Sempre que possível, escolha o comboio ou o autocarro em vez do avião. Sabia que uma viagem de avião pode emitir até 20 vezes mais CO₂ do que uma de comboio? Sempre que possível, privilegie o comboio, a bicicleta, as caminhadas. Para viagens rodoviárias, prefira veículos híbridos, elétricos ou de baixa emissão.


Se tiver mesmo de voar:

  • Opte por voos diretos (emitem menos);

  • Use filtros como “menor CO₂” em sites como o Skyscanner;

  • Fique mais tempo no destino, em vez de fazer várias escapadelas curtas.


2. Planeie rotas mais eficientes e sustentáveis

Um itinerário bem organizado não só poupa tempo e dinheiro, como também reduz o consumo de combustível. Percursos em terrenos acidentados ou mal planeados aumentam as emissões. Aposte em rotas diretas e utilize mapas e apps que indiquem as opções mais ecológicas — inclusive a pé ou de bicicleta.


3. Escolha destinos menos óbvios (e menos lotados)

Evite as multidões. Ao visitar lugares menos turísticos:

  • Reduz a pressão sobre os recursos dos destinos sobrecarregados;

  • Contribui para a diversificação económica de regiões menos conhecidas;

  • Descobre experiências mais autênticas.


4. Diga não a atrações com animais em cativeiro

Evite excursões que envolvam perturbar os animais selvagens e diga não a espaços onde estes são mantidos em cativeiro para entretenimento. Por trás de muitas "atividades turísticas com animais" escondem-se realidades muito cruéis. Em vez disso, visite santuários sérios, parques naturais ou observe a fauna no seu habitat — de forma responsável e com respeito.


5. Escolha alojamentos com compromissos ambientais claros

Procure estabelecimentos com políticas e certificações de sustentabilidade (ex: EU Ecolabel, Green Key, EarthCheck). Estes espaços não só reduzem emissões e resíduos como também apoiam comunidades locais, usam produtos ecológicos e promovem boas práticas na gestão da água e energia. Plataformas como o Booking.com já indicam quais os alojamentos com práticas sustentáveis.


6. Consuma local, pense global

Comer em restaurantes locais e comprar produtos regionais não só enriquece a sua experiência como ajuda a manter as pequenas economias vivas. Escolha mercados, feiras e lojas que valorizem a produção sustentável e artesanal, em vez de grandes cadeias ou produtos importados.


7. Reduza a produção de resíduos

Evite embalagens descartáveis e leve consigo uma garrafa reutilizável, um saco de pano e, se possível, um pequeno recipiente para restos. Muitos países já têm restrições ao uso de plástico — estar preparado facilita a adaptação.


8. Escolha operadores turísticos responsáveis

Se vai fazer uma excursão ou atividade organizada, investigue bem quem está por trás. Empresas com responsabilidade social e ambiental existem — e merecem ser apoiadas. Procure certificações, leia avaliações, veja se promovem projetos locais ou comunitários.


9. Compense a sua pegada de carbono

Para viagens inevitáveis de avião, utilize plataformas de compensação certificadas (como a Gold Standard ou MyClimate) para investir em projetos que removem CO₂ da atmosfera, como reflorestação ou energias limpas.


10. A mudança começa em nós

É verdade: viajar, por si só, nunca será totalmente sustentável. Mas isso não significa que não possamos reduzir a nossa pegada. São os pequenos gestos que, multiplicados, fazem a diferença.

 

O Futuro do Turismo: para onde caminhamos?

À medida que cresce a consciencialização sobre os impactes do turismo convencional, espera-se que mais operadores turísticos, hotéis e transportadoras adotem práticas sustentáveis. O futuro passará por:


  • Turismo com base na comunidade;

  • Plataformas digitais com maior transparência sobre impactes ambientais;

  • Aumento da certificação ecológica em toda a cadeia de valor;

  • Tecnologia a favor da eficiência energética e da gestão de recursos;

  • Uma cultura de “menos é mais” — com ênfase na qualidade, não na quantidade.

 

A sustentabilidade não é um checklist — é uma atitude. É pensar nas consequências das nossas escolhas e fazer o melhor possível com os recursos e a informação que temos.


Viajar com intenção é também uma forma de mostrar respeito por quem o recebe — e de preservar o que ainda há para descobrir.


Não temos de ser perfeitos. Mas temos de começar.

 
 
 

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